sábado, 14 de abril de 2012

Texto Argumentativo (Exercícios)


(FUVEST-SP) Leia o texto a seguir e responda às questões 1, 2 e 3:
 GOLS DE COCURUTO

O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema - e parados. Então o tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável, esse inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura de sua reputação no vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema do Tim, diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores (L. F. Veríssimo, O Estado de São Paulo, 23/08/93).


1. A tese que o autor defende é a de que, em futebol,
a) o planejamento tático está sujeito à interferência do acaso.
b) a lógica rege as jogadas.
c) a inteligência dos jogadores é que decide o jogo.
d) os momentos iniciais decidem como será o jogo.
e) a dinâmica do jogo depende do planejamento que o técnico faz.

2. No texto, a comparação do campo com um quadro negro representa:
a) o pessimismo do tático em relação ao futuro do jogo.
b) um recurso utilizado no vestiário.
c) a visão de jogo como movimento contínuo.
d) o recurso didático preferido pelo técnico Tim.
e) um meio de pensar o jogo como algo previsível.

3. As expressões que retomam, no texto, o segmento "o melhor momento do futebol" são
a) os times ficam perfilados - aí.
b) é quando - então.
c) aí - os jogadores se movimentam.
d) o tático pode olhar o campo - aí.
e) é quando - começa o jogo.


4. (UNICAMP-SP) Leia com atenção o texto abaixo:

"Não há (…) como se cogitar do abandono do sistema de reajustes indexados e automáticos. (…) Em suas linhas gerais a legislação salarial deve ser mantida, por ser tecnicamente melhor do que as suas antecessoras. Impõe-se, entretanto, um tratamento adequado ao piso salarial nacional e sua completa e definitiva desvinculação de outros salários. Exige-se, ainda, o estreitamento do amplo arco de salários. Não é justo que, enquanto alguns são pagos à razão de meio, um, dois ou três salários mínimos, outros consigam ganhar cinqüenta, cem, duzentas ou trezentas vezes mais. É fundamental, finalmente, que as negociações sindicais ou com as empresas sejam livres e responsáveis, tomando como parâmetro os dados objetivos da realidade."

(Almir Pazzianoto. Folha de S Paulo, 30 nov. 1987.)

a) o argumento utilizado pelo Ministro do Trabalho a favor da manutenção da legislação salarial que prevê reajustes indexados e automáticos;
 R.: “... por ser tecnicamente melhor do que as suas antecessoras”.

b) a palavra que marca sintaticamente a oposição entre os assalariados que ganham pouco e aqueles que ganham muito;
R.: “enquanto”.

c) a palavra que poderia ser substituida por “não obstante”.
 R.: “entretanto”.


Texto para as questões de 5 a 12:
O balanço da Bossa
Condicionada fundamentalmente pelos veículos de massa, que a coagem a respeitar o "código" de convenções do ouvinte, a música popular não apresenta, senão em grau atenuado, o contraditório entre informação e redundância, produção e consumo. Desse modo, ela se encaminha para o que Umberto Eco denomina de música "gastronômica" : um produto industrial que não persegue nenhum objetivo artístico, mas, ao contrário, tende a satisfazer as exigências do mercado, e que tem, como característica principal, não acrescentar nada de novo, redizendo sempre aquilo que o auditório já sabe e espera ansiosamente ver repetido. Em suma: o servilismo ao "código" apriorístico - assegurando a comunicação imediata com o público - é o critério básico de sua confecção. "A mesma praça. O mesmo banco. As mesmas flores, o mesmo jardim". O mesmismo. Todo mundo fica satisfeito. O público. A TV. Os anunciantes. As casas de disco. A crítica. E, obviamente, o autor. Alguns ganham com isso (financeiramente falando). Só o ouvinte-receptor não "ganha" nada. Seu repertório de informações permanece, mesmissimamente, o mesmo. Mas nem tudo é redundância na música popular. É possível discernir no seu percurso momentos de rebeldia contra a estandardização e o consumismo. Assim foi com o Jazz Moderno e a Bossa-Nova.
(Augusto de Campos. O Balanço da Bossa).
(FUVEST-SP) 5. O texto discute:
a) a nulidade da ação dos veículos de massa sobre a música popular.
b) a invariabilidade da mensagem transmitida pela música popular.
c) o entusiasmo do auditório em relação à música popular.
d) a adesão ao consumismo representada pelo Jazz Moderno e a Bossa Nova.
e) o objetivo artístico a que se propõe a música popular.

(FUVEST-SP) 6. De acordo com o texto, a música popular:
a) não persegue nenhum objetivo artístico.
b) oferece um repertório de informações sempre igual.
c) nem sempre se curva às pressões consumistas.
d) tem que ser servil ao "código" apriorístico.
e) é sempre uma música "gastronômica".

(FUVEST-SP) 7. De acordo com o texto, o autor produa a música "gastronômica" porque:
a) gosta de progredir, volta-se para o futuro.
b) sente-se inseguro diante do novo.
c) é rebelde, contrário à estandardização.
d) quer satisfazer os veículos de massa.
e) tem espírito crítico muito desenvolvido.

(FUVEST-SP) 8. No primeiro período do texto, observamos uma relação de:
a) causa e efeito.
b) efeito e fim.
c) condição e fim.
d) conseqüência e condição.
e) causa e concessão.

(FUVEST-SP) 9. A expressão "código apriorístico" significa:
a) regra indiscutível.
b) preceito a ser cumprido.
c) solução predeterminada.
d) censura prévia.
e) norma preestabelecida.

(FUVEST-SP) 10. Segundo o autor, a boa música popular deve:
a) garantir a sobrevivência de seu autor.
b) privilegiar a redundância.
c) assegurar a comunicação imediata com o público.
d) voltar-se contra o consumismo.
e) apresentar o contraditório entre informação e redundância.

(FUVEST-SP) 11. O "Mas" que inicia o segundo parágrafo indica:
a) que o leitor pode não concordar com as idéias do autor.
b) a não concordância do autor com as afirmações do primeiro parágrafo.
c) o acréscimo de mais alguns argumentos que comprovam as afirmações anteriores.
d) uma crítica às idéias apresentadas no parágrafo anterior.
e) a apresentação de uma idéia contraposta ao que já foi dito.

(FUVEST-SP) 12. O texto de Augusto de Campos é, predominantemente:
a) dissertativo.
b) narrativo.
c) descritivo.
d) descritivo-narrativo.
e) narrativo-dissertativo.

Tutora Lívia (MAC)


GABARITO
1
A
2
E
3
B
5
B
6
C
7
D
8
A
9
E
10
E
11
E
12
A

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